De olho na preparação da Paralimpíadas de 2026, o esquiador Cristian Ribera, de 22 anos, segue conquistando medalhas na modalidade. As últimas - e, inclusive, foram cinco -, ele ganhou no circuito da Copa do Mundo de Esqui entre dezembro e fevereiro.
Jundiaiense de coração (ele nasceu em Rondônia e se mudou para o interior de São Paulo com apenas três meses), o atleta faturou quatro medalhas de ouro e uma de prata no Ski Cross Country, entre as disputas em Voukatti, na Finlândia e Val di Fiemme, na Itália.
Cristian nasceu com artrogripose (doença congênita das articulações das extremidades). Em entrevista ao ge, ele contou sua história e ressaltou a importância do esporte na sua vida desde que era apenas uma criança.
Começo no Esporte
O esporte chegou na vida de Cristian de um jeito um pouco diferente do comum: os médicos recomendaram que ele começasse a praticar atividades físicas por conta da doença. Mas o que era apenas por um estilo de vida melhor, virou paixão.
– Com quatro anos eu já entrei no esporte, fiz natação, depois conheci outros, conheci o atletismo, o boxe, a capoeira, já fiz dança, já testei de tudo um pouco. E com 13 anos, eu conheci o esqui. A confederação foi na minha cidade, procurando novos atletas, aí meus professores me disseram que ia ter uma modalidade nova, de inverno, e aí eu fiquei bem curioso.
– Fui lá testar, gostei muito. Eu sempre andei de skate, então acho que isso facilitou minha adaptação ao esporte, porque eu sempre fui muito habilidoso, foi mais rápido esse processo. Comecei com 13, com 15 eu já tava nos meus primeiros jogos e já foram praticamente 18 anos. Me mudei bem cedo, com três meses para Jundiaí por conta do tratamento mesmo.
De olho nas Paralímpiadas
Além da conquista das medalhas, que por si só já motivam o esquiador para o ano que vem, a etapa da Copa do Mundo na Itália foi disputada na mesma pista dos Jogos Paralímpicos, o que foi considerado positivo para o atleta que já pôde "fazer o reconhecimento da área".
– Participei de uma etapa na Finlândia, em dezembro. E essa aqui na Itália foi especial também porque foi na pista dos Jogos Paralímpicos, então é muito bom pra começar a se aclimatar já, pra saber a pista, as melhores maneiras para treinarmos e se preparar melhor. Eu estava bem ansioso para competir na pista do Sitting Sky, que é a categoria sentada. Eu queria ver como que saía e me sai muito bem, consegui o ouro. Foi bem disputado, como sempre. Mas chegou na reta final e eu não ia deixar ninguém passar, porque eu queria levar mais essa pra casa.
– Lá na Finlândia foram três provas e eu consegui três ouros. Eu consegui um ouro na prova curta também, porque a prova curta é a minha especialidade e aí teve duas de 10 km. Eu terminei empatado com o cara, em primeiro lugar. Fizemos ao mesmo tempo, acabou empatando em primeiro. No segundo, eu consegui ganhar também, que era uma prova com largada em conjunto. Aí eu vim para cá, para a Itália, sendo líder da Copa do Mundo e conquistei as outras medalhas – disse.
As Paralimpíadas começam só em março de 2026, mas Cristian Ribera já está 100% focado visando a competição que "só os melhores ganham medalhas".
– Continuar treinando, daqui uma semana vamos para o mundial que vai ser aqui na Itália também, em Tobalch. E depois mais coisas ainda para acontecer na temporada. Minha temporada termina só em março, vou continuar treinando aqui na neve, me preparando. E pros Jogos eu estou muito feliz, muito confiante, que temos feito um bom trabalho. Vamos nos manter porque nos jogos são só os melhores que ganham medalha, tenho que chegar em boa forma e quem sabe sonhar com a medalha.
Fonte: GE.





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